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Público confere filme de Kino Olho em sessão dupla no Shopping RC

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O filme do grupo local de cinema Kino Olho “A Moça que dançou com o diabo” foi exibido no Shopping Rio Claro em sessão dupla na noite desta terça-feira (28) com fila recorde para conferir a produção que ganhou Menção Honrosa no Festival de Cannes 2016.

Autor do que chama cinema caipira, o diretor João Paula Miranda resgata no filme conteúdo de antiga lenda paulista. Custeada por rifa, a produção foi rodada em Rio Claro e apresenta locações e elenco amador da cidade.

Como apoiador do grupo, o vereador Geraldo Voluntário destaca que o “Kino Olho deixou de ser um fenômeno artístico rio-clarense para ser nacional com reconhecimento mundial, o que exige de Rio Claro atenção e apoio ao talento do grupo”. Ele agradece ao gerente do Shopping Rio Claro Everton Rondini por haver atendido pela segunda vez o pedido para as sessões especiais.

Segundo o gerente, “junto com o Cinema Arcoplex, prestigiamos a comunidade com uma mostra do Kino Olho em noites com sessões duplas de sucesso. O talento do cineasta é reconhecido em todo o mundo e tivemos a honra de assistir a mais uma obra premiada no Festival de Cannes deste jovem rio-clarense, que muito orgulho tem trazido para a cidade, e nós do Shopping Rio Claro damos o nosso apoio aos artistas locais, divulgando os trabalhos em nosso empreendimento.”

João Paula Miranda explica que o filme é resultado do projeto Difusão Cinematográfica que com apoio da Prefeitura e Secretaria da Cultura desde 2010 oferece oficinas gratuitas que formou o grupo.

Sobre a apresentação em Rio Claro, ele e integrantes da equipe assinalaram seus agradecimentos ao falar da satisfação pela concorrência do público às sessões. “O sonho de quem trabalha com cinema é ver a sala de exibição cheia e assim tem sido para o Kino Olho, pelo que agradecemos”, acrescentou.

Quanto à premiação na França, ele considera, “quando o filme tem uma originalidade, uma distinção artística, eles querem fazer uma menção especial , é algo mais raro. É o ‘prêmio do prêmio’, tem o significado desta distinção.”

Longe de ser uma novidade, o diretor já era “reincidente” em Cannes. Tinha estado lá no ano passado, pela mostra paralela – a Semana da Crítica – com o curta Command Action. “Depois, eu fui em dezembro, fiquei umas duas semanas em Paris, no LAB, um laboratório de desenvolvimento de projetos ligado à Semana da Crítica, trabalhando o roteiro de um longa em que eu já vinha escrevendo”, conta João Paulo. “Só que, o que eles não esperavam, é que quando eu voltasse, eu já teria feito outro filme”.

Com 33 anos, formado em Cinema pela Universidade Estácio de Sá, mestre pela Unicamp, residindo e produzindo cinema a partir de Rio Claro, no interior de São Paulo, João Paulo faz “cinema caipira”. “Quando eu digo isso, as pessoas pensam que eu sou seguidor do Jeca Tatu, do Mazzaropi, faço filmes de temática rural”, ri-se João Paulo. “Não é nada disso. A ideia está ligada à simplicidade. Fazer do simples algo grandioso.”

O próximo filme de João Paulo não será produzido nem por rifa, nem por financiamento coletivo, nem por lei de incentivo. Será bancado por uma produtora francesa, outra brasileira, a serem escolhidas dentre as várias que se dispuseram a produzir seu primeiro longa.