O projeto de reestruturação da rede estadual de ensino que coloca em risco o funcionamento de escolas, principalmente as que localizam-se em distritos, devido à divisão dos estabelecimentos em ciclos causa reação dos moradores da Assistência.
No final da tarde de ontem, a vereadora Maria do Carmo Guilherme esteve no distrito acompanhando a manifestação de mães. A vereadora lembrou que recentemente Rio Claro foi prejudicada com a reestruturação da segurança, colocada em prática pelo governo paulista, que deixou a cidade sem sede própria da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
“A escola estadual Oscar de Almeida atende os estudantes da Assistência há 45 anos. Atualmente, o local conta com 149 alunos. A possibilidade de transferir parte deles para a escola Sylvio Januário Pezzotti, no Complexo Educacional do Jardim Novo, gera clima de tensão no distrito”, afirma Maria do Carmo.
A fala da vereadora está alinhada com relatos das mães e avós no local. “Meu neto é deficiente visual, ele não tem como estudar no Jardim Novo”, declarou Rosemeire Alves Maia.
A distância a ser percorrida pelos alunos foi enfocada por Maria Heloísa Malosso Marialo. Mãe de Pedro, 13 anos, ela observou: “O caminho até a escola no Jardim Novo é de 6 quilômetros. Os menores terão de percorrer 12 quilômetros por dia, ida e volta, sem contar com os alunos do Sitinho que está a 8 quilômetros da Assistência”, alertou.
Flávia Carolina Pinto da Silva, mãe de Gabriela, 11 anos, teme pela mudança por vários motivos. Entre eles, ela salienta que o ônibus responsável pelo transporte escolar não deixa os menores na porta da escola no Jardim Novo. “O ônibus deixa os alunos na beira da pista – SP-127 – fato que gera insegurança às famílias”, disse.
Para Neusa Francisca Leite dos Santos, mãe de Ryan 14 anos e Robson 12 anos, a escola Oscar de Almeida deve ser mantida pela qualidade de ensino que apresenta ao longo das décadas. “Eu estudei nesta escola no início da década de 80 e agora minhas duas filhas estão lá. Trata-se de um ensino público de qualidade que precisa ser mantido”, afirma.
Simone de Oliveira Souza, mãe de Tayanara, 13 anos, além de enfatizar a qualidade da escola Oscar de Almeida afirma que o deslocamento dos menores pela Rodovia Fausto Santomauro, a SP-127, caso a mudança seja confirmada, trará clima de tensão para o bairro. “Temos de reverter este quadro e afastar o risco”, frisa.
Valquíria Benedito da Silva Santos, mãe de Davi 13 anos, avalia como lamentável o risco de fechamento da escola estadual. “Vamos lutar com todas as nossas forças. Se for preciso fecharemos até a rodovia – a SP-127 – para que o governo paulista respeite o nosso direito”, afirmou.
Os manifestantes marcaram novo ato público para quinta-feira, 8, às 17h30, no distrito.