Atualmente, dados demonstram que 52% das mulheres optam pela cesárea e 48% pelo parto normal, isto unindo a rede pública e privada. Quando se relata apenas a área particular o número de cesáreas alcança 85%, porcentagem extremamente elevada.
Este fato vem gerando a organização de movimentos para reverter tais estatísticas. Em Rio Claro, a médica cirurgiã boliviana Vivian Tatiana Camacho Hinojosa realizou palestra sobre Saúde e Interculturalidade e abordou questões como o parto natural e humanizado. O evento aconteceu nesta quinta-feira, dia 8, e teve iniciativa da Diretoria de Políticas Especiais.
Participaram da mesa de abertura a vereadora Raquel Picelli, autora da lei que institui em Rio Claro a Semana de Respeito ao Nascimento, a Assessora de Referência e Atendimento à Mulher Bell Rezende, a Assessora de Integração Racial Kizie de Paula e a palestrante Vivian Hinojosa.
A vereadora Raquel Picelli defende o conceito de parto humanizado e vem atuando no cenário político para que Rio Claro tenha uma Casa do Parto. A proposta das casas de parto é ser diferente dos hospitais. O ambiente é mais acolhedor, lembra uma residência e não uma sala de cirurgia e só são aceitas gestações de baixo risco.
“Esta é mais uma ação que vem complementar o trabalho que já desenvolvo relacionado ao aleitamento materno e ao serviço voluntário que faço na Pastoral da Criança, no qual transmitimos às mulheres a importância do pré-natal”.
A médica Vivian Hinojosa abordou a riqueza da medicina de seus ancestrais indígenas e fez uma esclarecedora explanação sobre os benefícios do parto normal, as posições mais adequadas, a desumanização do atendimento médico e a mercantilização. No parto natural, há menor risco de infecção; a recuperação mais rápida, favorece a produção de leite materno; estreita os laços afetivos com o bebê; o tempo de internação é menor e útero volta ao seu tamanho normal mais rapidamente.
A assessora Bell Rezende destacou a importância de iniciativas como essa e enfatizou que o parto humanizado e a Casa do Parto são pontos inseridos e que estão sendo trabalhados na Carta das Mulheres. “Estamos amadurecendo e criando mecanismos para a viabilização de novas políticas públicas”.
Kizie de Paula também manifestou a relevância da realização de ações que possibilitem o conhecimento, principalmente quando refere-se a humanização do atendimento médico.