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Vereador apoia movimento dos professores estaduais

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A partir do dia 19 de abril iniciou-se uma greve na rede pública estadual de ensino. Seria estranho se os professores não tivessem deflagrado o movimento. No estado mais rico da federação a educação se apresenta em quadro extremamente desanimador. Os índices de avaliação dos estudantes do ensino público são muito baixos e o secretário de educação responde culpando os professores e atacando os cursos de pedagogia das universidades públicas.

A secretaria elaborou um plano de aumento salarial no qual apenas 20% dos professores seriam beneficiados se “houver recursos”, ou seja, a priori excluiu-se 80% da classe de educadores. Para conseguir o aumento, os professores deveriam prestar uma “provinha”.

Mas por que o governo só obriga professores a prestarem uma “provinha” para receber aumento? E os engenheiros? E os médicos? E o próprio governador?

Infelizmente existem mais problemas.

A partir de 2009, o governo estadual decidiu que o ensino em sala de aula seria desenvolvido mediante apostilas, entretanto dentro de logística ininteligível, pois muitas vezes elas atrasam ou chegam à quantidade muito superior a necessidade. Outro problema é que os livros didáticos recebidos não acompanham os temas das apostilas.

O governo do estado também não cumpre a Lei da Jornada que possibilita que o professor cumpra um terço de seu horário de trabalho na preparação de aulas.

Além disso, muitos diretores (as) são obrigados a vender pizzas para realizar serviços essenciais nas escolas. Não é o que se espera de um estado com um PIB maior do que muitos países desenvolvidos.

Diante disso, os educadores responsáveis não podem se furtar da mobilização e é alentador saber do crescimento do movimento. Nesta hora, quem adere à greve são os otimistas, aqueles que mesmo depois de anos de políticas educacionais sem continuidade não abandonaram a esperança de que a educação não precisa ser assim.

Ao invés de organizar “provinha” o governador poderia se informar a respeito das razões do sucesso educacional em países como Coréia do Sul, Finlândia e Japão. Em síntese, é uma mistura de preocupação intensa das famílias, escolas bem equipadas, professores com remuneração digna, ambiente escolar que promove a arte e a cultura e governo amigo dos educadores. A receita é relativamente simples, mas não são ações fáceis. Um bom começo seria não excluir de nenhum processo a maioria dos professores.

Se a educação melhorar a greve terá valido a pena, por isso os estudantes devem nos apoiar, pois tudo isso é basicamente para benefício deles, que merecem a ter acesso a um ensino público de qualidade, direito garantido pela nossa Constituição.