A luta pela sobrevivência da Casa de Saúde Bezerra de Menezes, que tem o seu funcionamento ameaçado devido à crise financeira, mobiliza a classe política em várias frentes. Na Câmara, é consenso que apenas através da união de esforços que o único hospital psiquiátrico, que recebe dependentes químicos agudos de 26 municípios, terá as suas atividades mantidas.
Representantes da ala feminina do Legislativo, Maria do Carmo Guilherme e Raquel Picelli estiveram na última quarta-feira, dia 3, em Brasília, acompanhadas do vereador Anderson Christofoletti. A coordenadora do Programa Municipal de Saúde Mental, Cristiane Aparecido de Godoy Gava também integrou a comitiva.
No Ministério da Saúde, parlamentares de Rio Claro foram recebidos pela secretária executiva Márcia Aparecida do Amaral e por Josafá Santos que atua junto ao titular da pasta, ministro Alexandre Padilha. Na reunião, a comitiva local contou com o apoio do deputado federal Ricardo Izar.
O primeiro assunto a ser tratado em Brasília foi a necessidade emergencial do envio de ajuda financeira à Casa de Saúde Bezerra de Menezes. O Legislativo rio-clarense encaminhou solicitação ao ministério para que o repasse do Sistema Único de Saúde (SUS) ao hospital psiquiátrico seja de 100%. Em 2012, somente com a folha de pagamento, o gasto mensal foi de R$ 320 mil enquanto o SUS enviou R$ 269 mil/mês.
Para pleitear o repasse 100%, o Bezerra de Menezes não pode contar com nenhum leito no sistema atendimento particular. “Em Brasília descobrimos que o cadastro do hospital é inconsistente”, disse Raquel Picelli ao revelar que constam cinco leitos particulares. “Trata-se de um erro burocrático já que no Bezerra não há mais nenhum leito particular”, explicou Maria do Carmo.
Outro problema levantado pelos vereadores de Rio Claro diz respeito ao sistema de atendimento. Em Brasília, detectou os parlamentares, consta que o Bezerra de Menezes só funciona no sistema de internação. “Esta situação também está desalinhada com o que preconiza a política nacional neste momento”, citou Raquel Picelli. “A secretária Márcia nos explicou que será necessária uma revitalização no hospital abrindo espaço para funcionar uma unidade de acolhimento e outra parte destinada aos leitos exclusivos para usuários de drogas”, detalhou Maria do Carmo.
Para que o processo de revitalização possa atender as exigências do governo federal credenciando Rio Claro a receber investimento maior, comenta Cristiane Gava, equipe do Ministério da Saúde estará em Rio Claro.
Para Maria do Carmo e Raquel Picelli a vinda de equipe de Brasília a Rio Claro é fundamental para sanar dúvidas que pairam apenas no campo burocrático. “O Bezerra, aqui, não conta mais com leito particular mas lá em Brasília, no cadastro, eles existem”, alerta a bancada feminina.
Fralda
Outros assuntos foram abordados na reunião no Ministério da Saúde. Entre eles, revela Raquel Picelli, a concessão de fraldas descartáveis com desconto para idosos através de programa nacional do governo federal. O trabalho de Raquel neste sentido já dura oito anos e agora a vereadora recebeu a informação de que a concessão é possível. “Neste programa, o governo subsidia 60% e o idoso, devidamente enquadrado nas regras, arca com 40% do valor”, adianta Raquel. “Vamos detalhar essas informações para que Rio Claro possa ser inserida no contexto”, destacou.
Transporte
Problema grave no município, a falta de ambulâncias foi discutida na viagem a Brasília. Vereadores foram informados que a aquisição, com as novas regras, só acontecem através de emendas parlamentares. Com isso, representantes da Câmara de Rio Claro protocolaram pedidos direcionados a compra de quatro ambulâncias.
Destas, duas serão destinados a linhas sociais, ou seja, dentro da cidade e outras duas serão utilizados para viagens intermunicipais. “Hoje, muitos exames do AME – Ambulatório Médico de Especialidades – acontecem em São Paulo. Entre eles, ressonância magnética, urografia, ultrassom e tomografia. Quem arca com o custo do transporte é o município. Por isso, precisamos das novas ambulâncias”, afirmou Maria do Carmo.
Animais
A bancada feminina também solicitou apoio em Brasília para que Rio Claro tenha a primeira Unidade Móvel de Castração do país. O objetivo é fazer com que o serviço seja levado aos bairros de forma amenizar problemas causados pelo número excessivo de animais soltos pelas ruas. “Falta rubrica no Orçamento para que possamos ser contemplados. A luta continua”, finaliza Maria do Carmo.