Um dia após divulgação da confirmação feita pelo novo secretário Estadual da Segurança Pública, Mágino Alves Barbosa Filho de que Rio Claro será a primeira cidade do estado a ter prédio próprio para Delegacia da Mulher, a bancada feminina do Legislativo se manifesta.
As vereadoras Raquel Picelli e Maria do Carmo Guilherme destacam que desde 2010 estão articulando com o movimento de mulheres do município um prédio próprio e especializado para atendimento às vítimas de violência.
É importante informar à população que uma fonte ligada ao governo estadual revelou às vereadoras Raquel Picelli e Maria do Carmo Guilherme em uma das reuniões feitas que o prédio próprio da Delegacia da Mulher só está saindo em decorrência das ações, manifestações e articulações feitas pelas vereadoras em conjunto com o Movimento de Mulheres.
De acordo com o secretário de segurança, assim que for concluído o curso da atual turma em formação na Academia de Polícia, será designado o pessoal para completar o efetivo da DDM.
De acordo com o relatório do Mapa da Violência de 2015, as agressões físicas ainda são majoritárias entre as violências praticadas contra as mulheres, 66%. Houve crescimento de 10 pontos percentuais no índice de violências psicológicas, 48% este ano, contra 38% em 2013. Houve, no entanto, redução na violência moral, de 39%, em 2013, para 31%. O Brasil está na 5ª posição de 83 países no ranking internacional de assassinatos de mulheres.
No universo das maltratadas, 26% continuam convivendo com o agressor; 23% sofrem hostilidades semanais e 67% são vítimas de violências ocasionais. Os ciúmes e o consumo de bebidas alcoólicas são os principais desencadeadores das agressões, 21% e 19% respectivamente. Também 21% das agredidas ainda não denunciam ou procuram ajuda, 20% buscam socorro na família, 17% vão às delegacias comuns e 11% às delegacias da mulher.
“Estes números só serão mudados com a transformação de alguns conceitos e culturas. Claro, que isso pode demorar anos, décadas e até séculos. Porém, mas do que nunca se faz necessário pensar na educação familiar. São problemas de todos os segmentos que culminam em uma sociedade machista e intolerante. É o pai opressor que tem problemas com álcool, é a mãe que busca aproveitar uma adolescência perdida. É o poder público que não consegue suprir todas as demandas. É o Judiciário que também não consegue eficiência.”, conclui Raquel Picelli.