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Atividade chama atenção para reforma psiquiátrica

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Em alusão ao Dia Mundial da Luta Antimanicomial, o município de Rio Claro realizou na manhã desta sexta-feira, dia 20, atividade de sensibilização no Jardim Público.

O evento ocorreu entre às 9h e 11h, com música, dança e alegria. Três professores de zumba comandaram a manhã (Michele Arian, Laís Fernanda e Jorge Miguel), exibindo coreografias.

Participaram a atividade profissionais do Programa de Saúde Mental de Rio Claro (entidade que organizou o evento), usuários da Saúde e pessoas da comunidade.

Uma das coordenadoras do Programa, Nara Cristina Maeda, salientou que “é muito importante fortalecer o movimento de conscientização psicossocial para que ele seja mais valorizado e o combate aos manicômios seja eficaz”.

Nara comentou, ainda, que o paciente com sofrimento mental tem o direito e deve ocupar todos os lugares da sociedade, o que a dança promovida no Jardim veio mostrar neste dia.

Após quase duas horas de exercícios e músicas de diversos gêneros, a aula gratuita foi finalizada com músicas calmas e relaxantes que acompanharam os alongamentos finais.

A vereadora Raquel Picelli, que apresentou a lei que instituiu no município o Dia da Luta Antimanicomial esteve presente e afirmou que é muito importante para os hospitais não se tornarem depósitos de pessoas com distúrbio mental e para que elas sejam atendidas com respeito e humanização. A vereadora frisou a importância do convívio familiar e o contato com a comunidade para que estas pessoas sintam-se acolhidas e apresentem melhoras em seu dia-a- dia, garantindo uma vida social plena, de cidadania e de paz. Raquel cumprimentou a Fundação Municipal de Saúde de Rio Claro e sua equipe pela qualidade do trabalho realizado e se disse emocionada com a participação de tantos membros da sociedade.

Andressa Scaglia, em nome da Coordenadora do Programa, Cristiane Gava, agradeceu a todos que ajudaram na mobilização e salientou que todos os anos são realizadas palestras em comemoração a esse dia e que desta vez, foi escolhida a aula de zumba como sendo uma atividade diferenciada e algo que todos pudessem participar e se divertir conjuntamente. Ela lembrou que a luta surgiu há vários anos, com as denúncias de maus tratos, por profissionais da saúde, sofridos pelos internos de clínicas psiquiátricas, tratados em condições desumanas, o que fomentou a criação de políticas públicas voltadas para a proteção destes indivíduos. A luta, segundo ela, não acaba com a Lei 10.216, que institui o serviço substitutivo da reforma psiquiátrica, pois é um movimento constante de atenção e cuidado para que os profissionais da saúde manicomial atuem com ética e respeito à integralidade do sujeito e não ocorram retrocessos.

A vice-prefeita Olga Salomão finalizou o evento cumprimentando a todos e ponderou que esta luta, do ponto de vista humano, é uma das principais que temos no país e no mundo e lembrou como eram mau tratados os pacientes mentais antigamente e excluídos de tudo, presos dentro de suas casas ou de manicômios. Ela recomendou que todos assistam o filme: “Nise da Silveira, A Senhora das Imagens”, que ilustra muito bem a luta antimanicomial e a preservação da vida em família dessas pessoas, obtendo melhoras para si e para a convivência com os demais. Olga também ressaltou que devem ser criadas políticas públicas que reintegrem os pacientes ao mercado de trabalho, para que possam retomar o controle sobre suas vidas, reduzindo, inclusive, os surtos que os acometem.