A Câmara Municipal de Rio Claro, por meio da Frente Parlamentar em Defesa da População de Rua, realizou reunião para debater questões que envolvem pessoas que moram nas ruas. O encontro foi presidido pela vereadora Raquel Picelli e contou com as participações dos vereadores Maria do Carmo Guilherme e Geraldo Voluntário.
Na avaliação de Raquel Picelli o município precisa definir ações concretas no que diz respeito as políticas públicas voltadas aos moradores de rua. “Discordo das pessoas que defendem a retirada destas pessoas da cidade”, afirmou a vereadora. “A meu ver, o município precisa estar alinhado com o que preconiza a Política Nacional de Moradores de Rua para que possamos atendê-los de forma adequada e buscar formas de ressocialização. Temos que definir um Plano Municipal”, argumentou.
Raquel ainda menciona o requerimento de autoria dela e dos vereadores Maria do Carmo Guilherme, Anderson Christofoletti, Julio Lopes que solicita à Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Obras, que aponte as quais as medidas possíveis a serem adotadas para que se instale adequadamente no Jardim Público um chuveiro privado para o banho diário da população em situação de rua.
A vereadora Maria do Carmo Guilherme sugeriu o estudo estes moradores serem inseridos em algum projeto social, podendo inclusive prestar serviços para a cidade. “Iremos verificar a disposição dos recursos para a secretaria de Assistência Social dentro do projeto do Orçamento para 2016 e verificar as possibilidades de executar esta ideia.”
Rogério de Oliveira atua diretamente com os moradores de rua e destaca a importância de um diagnóstico sobre as ações que as secretarias municipais desenvolvem, além de distinguir o que são pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
Representando também a secretaria de Assistência Social, Rodrigo Montezzo informa que há um levantamento sobre as atividades realizadas pela secretaria e que já está sendo desenvolvido um trabalho de divulgação sobre isso.
Sobre isto, a vereadora Raquel Picelli salienta que moradores do Jardim Portugal e Primavera estão preocupados com o prédio abandonado localizado na Rua 6, em frente ao Nam. “Temos que verificar se são moradores de rua ou usuários de drogas. Estou propondo uma reunião com a secretaria de Segurança para definição de encaminhamentos corretos e eficazes”.
Guaraci de Paula Pereira, presidente do Conselho da Mulher, sugeriu que a Frente Parlamentar conheça projetos bem sucedidos implantados em outras cidades. “A assessoria parlamentar da deputada federal Ana Perugini tem experiência concreta neste sentido; proponho uma visita ao projeto.”
Teresa de Arruda Campos, superintendente do Arquivo Público ressalta que ainda existem visões equivocadas sobre os moradores de rua e enfatiza a importância de ouvi-los e integra-los em atividades. “Realizamos o projeto de levar cultura ao Jardim Público como um espaço de convivência da comunidade. A ideia, que surgiu de grupo de voluntários, pretende modificar de alguma forma as relações da cidade com as pessoas em situação de rua. Temos percebido o sucesso do projeto. No inicio, os moradores de rua ficavam escondidos, ressabiados; hoje em dia, estão super integrados e participantes.”
No encerramento do trabalho, a Frente Parlamentar definiu como pontos de trabalho: espaço para os pertences dos moradores de rua, implantação de rede de atendimento com apoio dos setores público e privado, ação conjunta das secretarias municipais e a realização de seminário local para tratar do tema.
De acordo com Raquel Picelli, a Frente Parlamentar voltará a se reunir no dia 24 de novembro, às 14h30, no Plenário da Câmara Municipal com a participação da Coordenadora de Políticas para População em Situação de Rua da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de São Paulo, Luana Alves Sampaio Cruz Bottini e o Mestre em Educação Silvio Munari.