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Câmara Municipal presta homenagem ao ex-combatente da Segunda Guerra Mundial Hercílio Vitti

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A Câmara Municipal de Rio Claro, por meio do vereador Dalberto Christofoletti,  tem a honra de convidar para Sessão Solene que será realizada no dia 25 de abril, às 8h, na sede do Tiro de Guerra, oportuniidade em será outorgada a “Medalha de Honra ao Mérito – Cidade Azul”, ao senhor Hercílio Vitti, pelo ato de bravura em sua luta em defesa da pátria brasileira na Segunda Guerra Mundial junto das Forças Expedicionárias Brasileiras conforme Decreto Legislativo nº 473/2015, de autoria do vereador Dalberto Christofoletti.

Biografia

Hercílio Vitti nascido em Rio Claro no dia 16/07/1923, é ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Foi convocado em 2 de Janeiro de 1944 para se apresentar ao 4º Regimento de Infantaria (R.I) Duque de Caxias, em São Paulo.Naquele momento, o jovem de 21 anos passaria a integrar as forças brasileiras para lutar contra o avanço dos alemães na Itália.

Vivendo até os 15 anos num sítio na região de Itapé, mudou-se para Rio Claro, mudou se para Rio Claro. Cursou a Escola Masculina Industrial-mecânico de máquinas-e foi atirador do Tiro de Guerra. No entanto,quando da convocação, nem pode se despedir da família. Apresentou-se ao R.I.  e partiu direto para uma sequência de treinamentos militares.

“Meus pais sofreram muito, principalmente a minha mãe. Eles eram da lavoura, pessoas simples, e ficaram com medo de ter um filho numa força militar de guerra. A sorte é que amigos buscavam confortá-los e acalmá-los”, comenta Vitti.

O Dia “D”, como descreve, ocorreu quando Getúlio Vargas o saudou no Rio de Janeiro, onde dois navios americanos o aguardavam e, também os demais membros da Força Expedicionária Brasileira (F.E.B) com destino a Nápoles. Ali começava a trajetória de 18 dias rumo à guerra. De 6 de Outubro de 1944 a 24 de Julho de 1945, atuou como soldado raso no conflito, abastecendo e distribuindo munição nas artilharias.

Apesar de pouca idade e longe da família, teve que superar o medo ou qualquer outro sentimento que o fizesse perder o controle da situação. “Medo é uma palavra que não existe no regime militar”, reforça o ex-combatente.

Nascido em 16 de Julho de 1923, o descendente de italianos serviu bravamente para honrar sua história e a da família. “Tive a honra de integrar a F.E.B.Guerreamos como Tropa de Libertação. Considerando a minha descendência e a luta em favor da Itália, sinto-me privilegiado.Cumpri com o dever  pela  Pátria”, reforça Vitti. No período em que esteve nas zonas de combate, conta que a preocupação maior era manter-se vivo em nome do pai Clemente e da mãe Lorencina. “Se eu morresse, certamente eles também morreriam”.

Terminada a guerra em 8 de maio de 1945, com entrega da Divisão de  Infantaria, Alemã à F.E.B. Vitti e outros expedicionários foram recebidos na cidade de Rio Claro, em agosto daquele ano, com direito a honrarias. Durante a guerra, o cabo Aldo Olivetti Jr., Adauto Magalhães, Sebastião Eigenheer, Lilo Golovatty, Fernando Scaravato Filho, Alcides de Oliveira Brito, João Liaschi e José Machado foram os combatentes locais convocados para integrar a F.E.B.

Apesar do empenho e da entrega à causa, Vitti avalia que não houve o devido reconhecimento aos ex-combatentes pelo governo brasileiro. “Recebemos medalhas e mais nada. Só em 1981 que a Lei 4.242/63 nos deu o direito de vencimentos de 2º Sargento. Com a constituinte de 1988, passamos a receber vencimentos com 2º Tenente”. Tanto que, em 9 de Julho de 1948, o Jornal Cidade publicou  a “A reclamação de um Expedicionário”, em que Vitti desabafava sobre o tratamento recebido e reinvidicava a construção do Monumento dos Ex-combatentes em Rio Claro, o que não aconteceu.

Entre salvos e feridos, Vitti recomeçou sua vida em Rio Claro. Sem filhos, foi casado com Benedicta Vitti (in memoriam) por 53 anos. Aos 91, mantém –se firme na fé e na esperança de um Brasil melhor.

 Fonte: ARVOLEA, Adriel. Revista: Especial Jornal Cidade 80 anos. Pg.44 e 45.09/09/2014.