
Marco Júlio e Juninho da Padaria em reunião na Prefeitura de Araraquara.
Com características semelhantes a Rio Claro, no que diz respeito ao número de habitantes, raízes ferroviárias, comércio e indústria, Araraquara também registra perfil próximo no cenário político. Ambas as cidades são governadas por prefeitos do PMDB: Du Altimari, em Rio Claro, e Marcelo Barbieri, em Araraquara.
Neste momento, em que Rio Claro está diante de mais uma greve do funcionalismo público municipal por motivos diversos, entre eles atrasos nos pagamentos de horas extras e na liberação da primeira parcela do 13º salário, Araraquara, que também sofre como a maioria dos municípios brasileiros por conta da queda na arrecadação anunciou pacote de medidas para enfrentar a crise.
Redução de secretarias e corte de funcionários comissionados geram economia inicial em torno de R$ 900 mil/mês em Araraquara. Diante deste quadro, o vereador João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria, líder da bancada do Democratas na Câmara Municipal de Rio Claro esteve na cidade administrada por Marcelo Barbieri, na última terça-feira, 21, onde foi recebido por Marco Júlio que responde pela Gerência de Administração Financeira daquela cidade.
Questionado sobre o pacote anti-crise lançado por Barbieri, Marco Júlio foi enfático: “Em tempos de crise não há fórmula mágica: é preciso cortar gastos”, disparou. Segundo ele, a queda expressiva nos repasses financeiros, principalmente do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), deixou a Prefeitura de Araraquara em situação complicada.
O saldo foi o corte de 83 funcionários comissionados, remanejamento de outros 21 para funções com salários menores e a unificação das seguintes pastas: Desenvolvimento Urbano/Habitação; Articulação/Governo e Cultura/Meio Ambiente.
“As medidas já surtiram efeito positivo nas finanças. Cortamos cargos comissionados e suspendemos os investimentos”, disse Marco Júlio. “A crise não é apenas na esfera política. A crise é nacional. O setor industrial registra demissões diárias em inúmeros municípios”, finalizou.
Na avaliação de Juninho da Padaria, Rio Claro deveria caminhar na mesma rota. O parlamentar defende que Rio Claro também reduza o número de funcionários comissionados bem como o número de secretarias. “Estamos na contramão da redução de gastos. O atual governo criou duas novas pastas – Paisagismo e Mobilidade Urbana – e não criou mais uma secretaria, através da divisão da Sepladema por conta da mobilização de funcionários públicos e populares”, afirmou.
Para o democrata, falta gestão na administração pública em Rio Claro. Ele enfatiza que o grupo que comanda a cidade está no sexto ano de trabalho repetindo os mesmos erros. “Gastam desordenadamente no primeiro semestre e nos meses seguintes sofrem com o caixa no vermelho”, detalhou o vereador ao lembrar que a população é quem sofre os efeitos por conta da redução de atendimentos nas áreas de saúde, educação, entre outras. “Sucessivos atrasos nos repasses elevaram o valor da dívida da prefeitura com a Santa Casa para patamar preocupante”, finalizou o vereador ao exemplificar as ramificações da crise local.