
Robson Robin, Marta Helena, Ricardo Zavarello e o vereador Anderson Christofoletti.
Devido ao seu alto poder de destruição, as drogas têm causado sofrimento a várias famílias e se transformaram em um grave problema social – para alguns especialistas, uma epidemia. Dessa forma, a Comissão dos Direitos da Pessoa Humana da Câmara Municipal de Rio Claro – Anderson Christofoletti (presidente), Maria do Carmo Guilherme e Geraldo Voluntário (membros) – , a fim de discutir e propor mudanças nas formas de combate, convidou especialistas ligados a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Ministério da Justiça e Organizações Não Governamentais para uma roda de conversa que aconteceu na última quarta-feira (15) no SEST SENAT de Rio Claro.
Ricardo Zavarello abriu a conversa expondo sua tragetória de vida: de viciado a voluntário no Grupo de Amor Exigente de Rio Claro. Durante sua fala, Ricardo expos a necessidade de se investir na educação contínua como forma de prevenção. “O que temos feito atualmente em termos de prevenção é muito pouco se comparado a outros países. Precisamos renovar nossos métodos, por exemplo, abordar nas escolas de maneira multidisciplinar, se possível diariamente, pois o conhecimento é a arma mais eficaz para vencer todos os tipos de drogas, ilícitas ou não” – observou.
Representando a Secretaria de Justiça do Estado, Marta Helena Reis, socióloga e conselheira do CONED – Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas – destacou a função do órgão na construção de mecanismos que busquem a promoção do bem-estar social e a reflexão da população em torno das drogas. “Temos que entender a distinção entre o usuário e o traficante de drogas, tratando-os de forma diferenciada. Estamos ampliando e discutindo políticas públicas de acordo com as prerrogativas previstas no SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – para garantir a quem necessite, acesso ao tratamento adequado” – declarou.
Por fim, Robson Robin da Silva, diretor de Políticas, Programas e Projetos da Secretaria Nacional de Segurança Pública, deu ênfase a mudança da visão do Brasil na maneira de entender e discutir a problemática das drogas, mesmo que, segundo ele, ainda atrasado se comparado a outros países. “Buscamos avaliar e acompanhar sistematicamente os diferentes tratamentos e iniciativas terapêuticas, fundamentados em diversos modelos, com a finalidade de promover, de acordo com a nossa realidade, aqueles que obtiverem resultados favoráveis” – citou.
Robin foi enfático ao defender, em sintonia com o que foi exposto pela conselheira do CONED, que o Brasil precisa reconhecer as diferenças entre o usuário, a pessoa em uso indevido, o dependente e o traficante de drogas, tratando-os de forma distintas. “Temos que promover a educação, informando, capacitando e formando pessoas em todos os segmentos sociais para a ação efetiva e eficaz no combate a entorpecentes” – destacou.
Ao final de sua fala ele indagou: “não podemos continuar enviando para cadeia pessoas que não são criminosas, são doentes que precisam de ajuda”, e concluiu: “não podemos esquecer que o álcool ainda é o nosso maior inimigo e o que traz mais prejuízos a nossa população”.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos, vereador Anderson Christofoletti, agradeceu aos palestrantes, autoridades e o público presente. “Pretendemos, a partir de eventos como este, avaliar o que pode ser feito para melhor entender e atender essa demanda. É necessário articular e promover o trabalho conjunto, oferecendo inclusive suporte as clínicas e comunidades terapêuticas que atuam na área, seja no aporte de recursos ou de profissionais” – citou.