Dados demonstram que 52% das mulheres optam pela cesárea e 48% pelo parto normal, isto unindo a rede pública e privada. Quando se relata apenas a área particular o número de cesáreas alcança 85%, porcentagem extremamente elevada.
Diante deste cenário, a Câmara Municipal de Rio Claro em parceria com a Fundação Municipal de Saúde e Santa Casa de Misericórdia realizou na última sexta-feira, dia 30, atividade da Semana pelo Respeito ao Nascimento, de autoria da vereadora Raquel Picelli.
Compuseram a mesa, o secretário municipal de Saúde Geraldo Barbosa, a Assessora de Referência e Atendimento à Mulher Bell Rezende, o provedor da Santa Casa Prof José Carlos Cardoso, a vereadora Raquel Picelli, a Drª Carla Anreucci Polido, que é médica obstetra e docente do Departamento de Medicina da Ufscar e Drª Jamile Claro de Castro Bussadori, enfermeira obstetra e docente do Departamento de Enfermagem da Ufscar.
O resultado foi positivo e surgiram as propostas de formação de um grupo em Rio Claro que atuará com o objetivo de reverter o alto índice de cesáreas e articular para que o município tenha a Rede Cegonha, que é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez e ao parto. Para os presentes, a Rede Cegonha, apesar de apresentar lacunas, é fundamental.
Raquel Picelli defende o conceito de parto humanizado e vem atuando no cenário político para que Rio Claro tenha uma Casa do Parto. A proposta das casas de parto é ser diferente dos hospitais. O ambiente é mais acolhedor, lembra uma residência e não uma sala de cirurgia e só são aceitas gestações de baixo risco.
“Esta é mais uma ação que vem complementar o trabalho que já desenvolvo relacionado ao aleitamento materno e ao serviço voluntário que faço na Pastoral da Criança, no qual transmitimos às mulheres a importância do pré-natal”.
Para a vereadora muitas mulheres são submetidas a intervenções desnecessárias, causando grande desconforto e impossibilitando um vínculo afetivo mais restrito com o bebê. No parto normal, há menor risco de infecção; a recuperação é mais rápida, favorece a produção de leite materno; estreita os laços afetivos com o bebê; o tempo de internação é menor.
A programação se iniciou com a exibição de filme “O Renascimento do Parto”, que retrata a grave realidade obstétrica mundial e, sobretudo brasileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções traumáticas e desnecessárias. Através de relatos de alguns dos maiores especialistas na área e das mais recentes descobertas científicas, questiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma reflexão acerca do novo paradigma do século XXI e sobre o futuro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específicas de trabalho de parto.