
Os vereadores Dalberto Christofoletti e Agnelo Matos juntamente com o professor doutor de Engenharia Civil Simar Vieira Amorim durante reunião na UFScar realizada na última sexta-feira (07).
Os vereadores Dalberto Christofoletti e Agnelo Matos estiveram no campus da UFSCar em São Carlos onde foram recebidos pelo professor doutor de Engenharia Civil Simar Vieira Amorim para discutir o quanto o comportamento da rede de abastecimento de água influencia na leitura dos hidrômetros e consequentemente no valor da conta de água. O vereador Julio Lopes foi representado na reunião pelo seu assessor.
Segundo o professor de engenharia da UFSCAR, de acordo com a norma NB – 594/77 que rege a rede de distribuição pública, a pressão de serviço mínima no abastecimento de água deve ser de 10,00 m (dez metros) em coluna de água. A pressão estática máxima permitida em tubulações distribuidoras deve ser de 50,00 m (cinquenta metros) em coluna de água e a pressão dinâmica mínima de 15,00 m (quinze metros) em coluna de água. Algumas variações são permitidas, mas elas não podem ultrapassar a pressão de 70,00 m (setenta metros) em coluna de água em 5% da área correspondente a zona de pressão [i].
“Se a rede não estiver trabalhando nesses valores ela pode influenciar na leitura dos hidrômetros”, explica Simar Vieira. “A sujeira é outro fator a ser considerado, já que os detritos podem alterar a rotação da turbina do hidrômetro, bem como a presença de grande quantidade de ar na água pode ocasionar a super medição, principalmente se o modelo dos hidrômetros utilizado pela distribuidora de água for do tipo monojato classe A”, concluiu o professor.
Diante destas possibilidades, Simar sugeriu aos vereadores que fossem feitas pesquisas em campo, onde seriam realizados todos os testes e a partir daí, de acordo com os resultados, emitir o parecer técnico sobre o comportamento real da rede de distribuição de água e também sobre sua possível interferência na leitura do consumo de água.
“De acordo com as explicações do professor Simar, existe a possibilidade que uma série de eventos esteja causando a super medição dos hidrômetros e gerando com isso, contas com valores que não correspondem à realidade”, cita Professor Dalberto. “A tubulação, sujeira e a pressão na rede, a calibragem, o tipo e a classe do hidrômetro podem, em conjunto, serem os responsáveis. Cabe a nós levantar todos esses dados e conhecer o veredito final”, conclui o vereador.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Agnelo Matos, informa que o Legislativo irá contratar o serviço de assessoria da UFSCAR de São Carlos para que ela forneça todas as informações necessárias. “Iremos agendar a visita dos professores Simar Vieira Amorim e Douglas Barreto, este último ex-funcionário do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), para conhecerem nosso sistema de abastecimento de água in loco e assim determinarem como serão realizados os testes e medições”, conclui o parlamentar.
[i] A rede de distribuição poderá ser subdividida em tantas zonas de pressão quanto for necessário para atender as condições de pressão impostas pela Norma (NB – 594/77).