Na última segunda-feira, data em que encerraram-se as atividades da temporada 2013 do Parlamento Jovem, integrantes estiveram reunidos no Plenário da Câmara Municipal, com o vereador Dalberto Christofoletti, para debater temas polêmicos como a ditadura militar, os protestos que tomaram conta do país neste ano, a adoção por homossexuais bem como a união de pessoas do mesmo sexo.
De acordo com Dalberto, idealizador do encontro, a reunião teve como objetivo abrir espaço para que estudantes pudessem externar opiniões pessoais sobre temas que polarizam os debates atualmente nos principais veículos de comunicação. “Sempre digo que é preciso ouvir os jovens. Temos a oportunidade, aqui em Rio Claro de trocar experiências e ideias com vários grupos organizados entre eles o Parlamento Jovem”, avaliou o vereador.
O livro ‘1968 – O Ano Que Não Terminou’, de Zuenir Ventura, foi o ponto de partida do debate. Ao falar sobre a ditadura militar e seus efeitos, Dalberto Christofoletti observou que a geração da década de 60 o hábito da leitura que ajudava muito na hora de fazer interpretações. Ele explicou para os estudantes que naquela época os jovens não tinham a influência da televisão e dos avanços tecnológicos. “Não existia internet e poucas famílias tinham televisores em seus lares”, comentou.
Por outro lado, Elisangela Pinho Nogueira avalia que hoje em dia a mobilização de número elevado de pessoas é facilitada justamente por conta das redes sociais. “Os protestos que ocorreram neste ano no país comprovam a minha fala. Hoje em dia, as manifestações ocorrem com agilidade maior justamente pelo suporte que temos da internet”, disse.
Para Thiago da Silva Pereira a internet possibilita ao jovem de hoje ter informações atualizadas de toda a parte do mundo. “Concordo que muitas informações são de procedência duvidosa, mas, as redes sociais, por exemplo, conectaram as cidades, Estados e países com uma velocidade que impressiona”, apontou.
Dalberto Christofoletti salientou que as redes sociais acabaram com o monopólio da comunicação, mas, por outro lado alertou que trata-se de uma ferramenta sem filtro. “Mesmo assim, no geral, avalio que o saldo é positivo”, apontou.
Assuntos atuais que polemizam debates em todo o país, a união de pessoas do mesmo sexo e a adoção por homossexuais também foram colocadas na pauta da reunião na Câmara. Para a estudante Bárbara Francieli de Freitas o tema adoção requer muita cautela já que, a seu ver, fere o direito de escolha da criança. “Ao completar 10 anos, a criança adotada pode responder mal à situação”, disse a integrante do Parlamento Jovem. “Não é uma crítica, pelo contrário, defendo a opção das pessoas. Apenas coloco para a discussão que ao se tornar um pré-adolescente o adolescente pode rejeitar a condição de ter dois pais ou duas mães”, afirmou.
O estudante Rodolfo Farias Gomes discorda da fala de Bárbara ao frisar que infelizmente muitas crianças, frutos de gravidez indesejada, são tratadas de forma cruel assim que nascem. “A meu ver, o que vale é a criança ter um lar, amor e carinho”, comentou.
Elisangela Nogueira e Thiago Pereira também se posicionaram a favor da adoção por homossexuais. Elisangela avaliou como triste a situação de muitas crianças que ficam a espera da adoção em orfanatos em que o sonhado dia se torne realidade. “Seja com casal homossexual ou heterossexual o que vale é amor que aquela criança vai ter”, disse. “Não podemos esquecer que os homossexuais são filhos de casais heterossexuais”, completou Thiago.
Para Dalberto Christofoletti, não se pode fechar os olhos para a lei. “A Constituição coloca todas as pessoas em pé de igualdade sem nenhuma restrição”, disse o parlamentar. Ele enfatizou que os movimentos homossexuais cresceram muito nos últimos anos no país e destacou os embates dos deputados Marcos Feliciano e Jean Wyllys para exemplificar a liberdade de expressão. “Os debates são válidos desde que a linha do respeito não seja ultrapassada”, afirmou o vereador do PDT.
No encerramento do encontro, Dalberto Christofoletti comentou que as bandeiras em defesa do meio ambiente, defesa dos animais e do comportamento, onde inclui a polêmica do aborto, fazem parte da nova realidade social e política do país.