Representantes da comunidade estiveram reunidos na tarde de quarta-feira, dia 20, no plenário da Câmara Municipal para debater questões relacionadas ao trânsito junto com os membros da Comissão dos Direitos Humanos formada por Anderson Christofoletti, Maria do Carmo Guilherme e Geraldo Voluntário.
O presidente Anderson Christofoletti comentou, inicialmente, muitas vidas estão sendo destruídas no município por conta do desrespeito às leis de trânsito. Apresentou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontando que aproximadamente 1 milhão de pessoas morre ao ano no mundo na faixa etária de zero a 14 anos. Disse ainda que no Brasil 6 mil crianças morrem ao ano, na mesma faixa etária, vitimadas por acidentes de trânsito e que 140 mil ficam hospitalizadas.
O vereador do PMDB apresentou ainda estatísticas com relação aos acidentes de trânsito em Rio Claro: 2.828 em 2009; 3.336, em 2010 e 3.233 em 2011. Os números, segundo ele, foram retirados de publicação da imprensa local.
Anderson Christofoletti apontou a Avenida Visconde do Rio Claro, a Avenida Tancredo Neves, a Avenida Brasil e a Rua 14 como os principais corredores onde acidentes acontecem com frequência. “O aumento da frota de veículos é uma realidade, mas, muitos acidentes são decorrentes da imprudência no trânsito”, enfatizou.
Sabrina Christofoletti, da Guarda Civil Municipal, apresentou o trabalho realizado pelo Geduc – Guarda Educacional – em Rio Claro onde nos últimos dois anos 23 mil alunos foram atendidos pelo projeto. “Vamos até às escolas onde abordamos assuntos relacionados ao trânsito e drogas. Nosso trabalho envolve inclusive a distribuição de cartilhas aprovadas pela coordenaria pedagógica da Secretaria Municipal da Educação”, explicou.
Titular da pasta da Educação, Heloísa Maria Cunha do Carmo informou que a secretaria conta com parcerias com a Defesa Civil, Intervias, Centrovias e com o Sest/Senat no sentido de levar às escolas informações sobre a educação de trânsito.
O secretário municipal da Cultura, Sérgio Desiderá alertou que o alto número de jovens que perdem a vida em acidentes de trânsito ou em homicídios reflete na estatística referente à taxa de longevidade do município.
Presidente do Conselho de Pastores de Rio Claro, Carlos Alberto Travensolo comentou no plenário que nos 25 anos que atuou como vendedor autônomo percorreu diversas cidades do país e afirmou: “O desrespeito às leis de trânsito em Rio Claro supera as demais cidades onde estive. Eu senti na pele a diferença”, exemplificou.
Delegado da Seccional de Rio Claro, Roberto José Daher completou: “Rio Claro, no que diz respeito ao trânsito, é praticamente um caos”. O delegado defende a implantação com urgência de radares e lombadas eletrônicas ao frisar que sem repressão este quadro de desrespeito não será revertido na cidade.
Na avaliação de Maria do Carmo Guilherme, a fala do delegado Daher tem fundamento: “Infelizmente, o brasileiro só passa a respeitar quando sente no bolso”, disse a peemedebista ao também defender a implantação de radares. “Essa licitação precisa sair”, completou.
Primeira-dama do município e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Rosana Altimari vê a necessidade da realização de campanhas de prevenção no trânsito. A seu ver, representantes da Delegacia Regional de Ensino também precisam participar das discussões na Comissão de Direitos Humanos: “A rede pública municipal atende crianças até 11 anos. O trabalho precisa chegar aos adolescentes e jovens também”, declarou.
No encerramento, Sérgio Desiderá lembrou que a cada 10 internações nos Prontos Socorros do município, sete casos são decorrentes de acidentes de trânsito. “O custo para atender todas essas vítimas é muito alto. Esse gasto poderia ser evitado”, salientou.
Anderson Christofoletti encerrou o encontro dizendo que na próxima quarta-feira, dia 27, os membros da comissão vão realizar reunião interna para definir metas após ampla análise de todo o material recebido.