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Seccional atribui onda de assassinatos às drogas e elege tráfico como inimigo número um da cidade

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A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal, presidida por Anderson Christofoletti, realizou a segunda reunião do ano na tarde da última quarta-feira. Os vereadores Geraldo Voluntário e Maria do Carmo Guilherme, que integram a comissão, também estiveram presentes no Plenário do Legislativo. O tema do encontro foi: dependência química.

A declaração do secretário municipal de Segurança, José Gustavo Viegas Carneiro, de que há um governo paralelo na cidade, onde traficantes de drogas julgam e sentenciam pessoas repercutiu no segundo encontro. Representante da Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB-Rio Claro, Juarez Carvalho questionou o delegado Roberto José Daher, da Seccional de Rio Claro, quais são as estratégias policiais para conter esta triste situação.

O delegado respondeu, inicialmente, que a quantidade de entorpecentes apreendida nos dois primeiros meses de 2013 em Rio Claro é expressiva devido a ações integradas que envolvem a Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Municipal.

Na avaliação de Roberto Daher o que está ocorrendo é a disputa pelo espaço territorial de pessoas que estão envolvidas com o tráfico de drogas. Daí, citou o responsável pela Polícia Civil, o motivo pelo número elevado de execuções. “Elegemos o tráfico de entorpecentes, neste ano, como inimigo número um da cidade. Precisamos combater o tráfico para conter os homicídios”, afirmou.

Representante do Centro de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (Caps-AD), Paula Becker também participou da reunião apresentando número para a Comissão de Direitos Humanos do Legislativo local. Segundo ela, a droga mais usada em Rio Claro, diferente do que muitos pensam, é o álcool. “O crack causa maior impacto social, porém, não podemos ignorar que o consumo de álcool na adolescência e juventude pode trazer problemas graves à pessoa e sua família”, salientou Paula ao afirmar que 54% das pessoas atendidas no Caps-AD têm idades entre 18 e 38 anos. Ela finalizou alertando que a recuperação de um dependente de drogas ou álcool sem a participação da sua família não é possível.

Anderson Christofoletti apresentou na reunião lei de autoria do presidente da Câmara, Agnelo Matos, de 2006, que obriga campanha de prevenção de combate às drogas em todos os eventos abertos ou fechados.

Para Antonio Carlos Riani Costa, representante da Secretaria Municipal de Ação Social, para que o combate ao tráfico de drogas tenha o resultado esperado é unir forças dos poderes constituídos em torno de uma grande revolução cultural. A seu ver, apenas com repressão este quadro, triste porém real, jamais será revertido. “Temos de construir um canal de linguagem eficaz para afastar as nossas crianças do mundo das drogas”, defendeu.

Maria do Carmo Guilherme manifestou preocupação com a falta de local apropriado para a internação de mulheres que possuem problemas relacionados à dependência química. Lauriany Santos Lais, da Comunidade Resgate e Vida, comentou que há trabalho em andamento, junto ao Fundo Social de Solidariedade, que visa a definição de um local para que ação que já acontece em cidades da região – Itirapina e Ipeúna – possam acontecer também em Rio Claro.

Ao término do encontro, o presidente Anderson Christofoletti informou que reunião da Comissão de Direitos Humanos será realizada a partir das 15h30 na próxima quarta-feira, dia 20. Também participaram do encontro: Rosana Altimari, do Fundo Social de Solidariedade (FSS); João José Lais, Lauriany dos Santos Lais e Maria de Lourdes Pignam, todos da Comunidade Resgate e Vida de Ipeúna; Carlos Alberto Travensolo, presidente do Conselho dos Pastores de Rio Claro; Agnaldo José Heleodoro, do Tiro de Guerra; Juarez Carvalho e Orlando Pilla, da Comissão de Direitos Humanos da OAB; o presidente da Câmara, Agnelo Matos; pastor Carlos do Desafio Jovem; Kizie de Paula, da assessoria da Integração Racial, entre outros.

Na avaliação de Carlos Alberto, presidente do Conselho dos Pastores de Rio Claro, a iniciativa da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de abrir as portas para que a comunidade possa ampliar os debates é válida. “A união de esforços é o caminho para que possamos avançar. A dependência química traz tristeza para muitos lares”, enfatizou.