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Ofício enviado pela DRS Piracicaba coloca a discussão sobre Banco de Sangue na Santa Casa na estaca zero

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A reabertura do Banco de Sangue da Santa Casa de Misericórdia, luta que mobiliza a classe política e a comunidade rio-clarense, ganha contornos dramáticos justamente no momento em que o impasse sinalizava estar próximo do fim. Na última segunda-feira, dia 4, o provedor da Santa Casa, José Carlos Cardoso, recebeu ofício do Departamento Regional de Saúde, o DRS X – Piracicaba, assinado pela diretora técnica Maria Clélia Bauer. O documento caiu como “uma bomba” na cidade.

O ofício traz as seguintes informações, entre outros pontos:

– A hemorrede pública na região da DRS de Piracicaba é representada pelo Hemonúcleo de Piracicaba, administrado pela Universidade Estadual de Campinas/Unicamp através do Centro de Hematologia e Hemoterapia da Unicamp;

– Não existe justificativa técnica para a existência de um serviço de coleta fixo no município de Rio Claro, conforme Manual de Orientação para Implantação de Serviços de Hemoterapia – Anvisa.

– Caberia a Rio Claro a implantação somente de agências transfusionais já que não é sede regional e não possui faculdade de medicina (entre outros pontos)

O conteúdo do ofício foi discutido na tarde da última quinta-feira, nas dependências da Santa Casa, na reunião entre o provedor Cardoso, o vereador Juninho da Padaria e as representantes do Grupo Mais Vida, Patrícia Pitolli e Luciana Sartori.

Cardoso observou que em dezembro do ano passado, comitiva local foi recebida na capital pelo secretário adjunto de Saúde em reunião onde Rio Claro recebeu a garantia do governo do Estado que o Banco de Sangue seria reaberto tomadas todas as providências necessárias.

“Investimos cerca de R$ 150 mil na readequação do local destinado a coleta de sangue e compra de equipamentos. Agora, que estamos fazendo novos ajustes no local para atender exigências feitas pela regional da Vigilância Sanitária recebemos este ofício que altera completamente a rota da discussão”, comentou o provedor Cardoso.

Diante do ocorrido, Juninho da Padaria entrou em contato com o deputado Aldo Demarchi o qual solicitou cópia do ofício – que além da assinatura de Maria Clélia Bauer conta também com os nomes dos médicos Orlando Guidotti Junior e Jordana Torri Regazzo Fazato – a qual será levada imediatamente ao conhecimento do governador Geraldo Alckmin.

“Lamento o que está ocorrendo. Enquanto a Santa Casa faz os investimentos necessários para a adequação do local destinado ao Banco de Sangue, percebemos que o Hemocentro de Campinas e o Hemonúcleo de Piracicaba impõem barreiras e mais barreiras para que a coleta de sangue em Rio Claro continue sendo feita em um ônibus com doadores esperando a vez a céu aberto”, afirmou Juninho da Padaria.

Caso a cidade Rio Claro continue sendo impossibilitada de realizar o serviço, avalia o parlamentar, a coleta de sangue pode ser suspensa no município, pelo menos nas dependências da Santa Casa já que a administração do hospital discorda e tem laudo técnico que comprova as péssimas condições do ônibus que atualmente é utilizado para abrigar as pessoas na hora da doação.

Cardoso diz não entender o motivo pelo qual foi alegado que o Banco de Sangue não poderia funcionar na Santa Casa por problemas estruturais no prédio e agora que a reforma está próxima do final chegou o ofício que muda totalmente a discussão. “Antes o problema era o prédio, agora dizem que Rio Claro não tem 200 mil habitantes, faculdade de medicina, entre outros argumentos apresentados. Isso é lamentável”, afirmou ao frise que tudo que o secretário adjunto de Saúde do Estado recomendou foi feito.