Como trabalhar no atendimento ao público após o drama de ter uma arma apontada para a cabeça em assalto? Como desenvolver atividades comerciais necessárias para honrar compromissos com funcionários e pagar carga tributária se a cada tempo chuvoso as ruas ficam completamente alagadas? Os questionamentos por pessoas que trabalham ou possuem comércio na Rua Jacutinga levam o vereador Paulo Guedes a discutir o assunto no plenário da Câmara Municipal. O parlamentar apresenta requerimento através do qual solicita providências, com urgência, à administração municipal.
Segundo Paulo Guedes, a Rua Jacutinga, importante corredor de negócios do município que se situa entre a rotatória da Rua 14 com a Avenida 40 e o pontilhão de acesso aos bairros Nosso Teto e Jardim Santa Maria, precisa muito da atenção do poder público para deixar de contabilizar prejuízos financeiros e emocionais.
O vereador defende que o município providencie, o quanto antes, a implantação de câmeras de segurança ao longo do corredor comercial. “Rio Claro já conta com monitoramento eletrônico, precisamos apenas ampliá-lo para dar suporte ao comércio da Rua Jacutinga. Através deste sistema, a Guarda Municipal e até a Polícia Militar podem ser acionados em caso de qualquer movimentação estranha no local”, observa o parlamentar.
De acordo com Carla Roat, “infelizmente a onda de assaltos é uma realidade”. A seu ver, o monitoramento eletrônico trata-se de uma ferramenta importante, mas, os agentes de segurança precisam ficar próximos. “A fuga de marginais é muito rápida nesta região”, apontou Carla ao lembrar que a Rua Jacutinga desemboca na estrada vicinal que dá acesso à rodovia Rio Claro-Ipeúna.
Segundo Airton Paes de Arruda, os assaltos acontecem com frequência na Rua Jacutinga. “Dá medo de manter o estabelecimento funcionando até tarde. Infelizmente, esta é a nossa realidade”, apontou. Sabrina dos Santos, que é funcionária no corredor, declarou: “O estabelecimento onde trabalho já foi assaltado três vezes. Em uma delas, o marginal colocou a arma na minha cabeça. Não gosto nem de lembrar, foi o pior dia da minha vida”, lamenta.
Ricardo Lucas Elói resume a situação com a seguinte frase: “Aqui, a coisa está feia”. Segundo ele, os estabelecimentos onde mulheres atuam como atendentes são os alvos mais visitados. “Mas, outros locais também sofrem”, observa.
Paulo Gregório Campagna ressalta que na Rua Jacutinga “ninguém tem tranquilidade para trabalhar”. Ele comenta que dá para conter na ponta dos dedos quantas lojas ainda não foram visitadas por ladrões. E revela outro problema: “Quando chove, e olha que não precisa chover muito, isso aqui fica tudo alagado. Não há bocas-de-lobo nas ruas”, disse o comerciante a Paulo Guedes.
Na avaliação de Vilson Hartung Topa o monitoramento eletrônico pode não resolver, mas, com certeza vai ajudar a amenizar o caos que se instalou no comércio da Rua Jacutinga. “A instalação de câmeras de segurança e a implantação de galerias e bocas-de-lobo são as nossas principais reivindicações”, aponta Topa.
Paulo Guedes listou que a Rua Jacutinga conta com os seguintes comércios: escritório de advocacia, papelaria, dois postos de combustíveis, açougue, lojas diversas, bar, pizzaria, banca de jornal, academia de ginástica, padaria, lotérica, oficinas mecânicas, consultório dentário, escritório contábil, casa de materiais de construção, fábrica de lajes, agropecuária, lava-rápido, depósito de bebidas, entre outros. O vereador, nos contatos que fez no corredor comercial, constatou que na lotérica é proibido qualquer pessoa entrar de capacete. A medida foi tomada para evitar novas investidas de marginais.
“Não podemos cruzar os braços enquanto toda essa gente honesta, que paga seus impostos corretamente, sofre com assaltos e alagamentos de ruas. Estamos colocando a nossa atuação parlamentar para dar voz a todas essas pessoas”, finaliza Paulo Guedes que nesta semana vai abordar o assunto no plenário da Câmara Municipal.