Por volta das 6h20 de segunda-feira, dia 4, moradores da zona sul começaram a chegar na Unidade de Saúde da Família Dr. Celestino Donato, conhecida como PSF do Jardim Guanabara com o objetivo de conseguir agendar consulta após um mês da tentativa frustrada. A informação de que a médica responsável pelo atendimento não estaria no local causou revolta e protesto. Acionado por populares, o vereador João Teixeira Junior, o Juninho da Padaria (Democratas) esteve na unidade onde constatou que a reclamação tinha procedência.
O parlamentar conversou com Aparecida de Lourdes Larius de Deus, que reside no Jardim Guanabara há 18 anos, que retratou quadro crítico. Segundo ela, a revolta popular ocorre pelo fato das pessoas terem comparecido no PSF Guanabara no início de fevereiro deste ano ocasião que foram informadas que a médica responsável não atenderia naquela data. “Ficamos quase duas horas na fila até chegar a informação que o atendimento não seria possível”, lamenta Aparecida.
Após um mês, ou seja, nesta segunda-feira, as pessoas retornaram à unidade e mais uma vez foram informadas que a médica não iria atendê-los. “Cheguei lá às 6h20, esperei e nada. Isso é uma falta de respeito com todas as pessoas que estavam ali em busca de ajuda”, afirmou a moradora.
Na unidade médica Juninho da Padaria recebeu as informações de que o pediatra atende duas vezes por semana e que o especialista em ginecologia está no local toda terça-feira. Com relação aos atendimentos gerais, funcionários do PSF Guanabara solicitaram ao vereador que entrasse em contato com Renato de Oliveira, diretor médico da Fundação Municipal de Saúde (FMS) que responde pelas unidades do Programa Saúde da Família (PSF).
Pelo telefone, Juninho da Padaria entrou em contato com o diretor médico da FMS. Segundo ele, a falta de médico no local é uma realidade. “A médica iniciou período de férias no dia 7 de fevereiro e deveria retornar ao trabalho no dia 26 do mesmo mês o que não aconteceu”, explicou inicialmente Renato de Oliveira.
Segundo o diretor da FMS, a médica solicitou afastamento sem remuneração do serviço, mas, o pedido foi indeferido por bloqueio imposto pela legislação trabalhista. “Ela tem de se apresentar ao trabalho, já foi informada, porém, não temos como obriga-la a trabalhar”, explicou o representante da Fundação.
Questionado sobre a medida necessária para terminar com o problema no PSF Guanabara, Renato de Oliveira explicou ao vereador Juninho da Padaria que a Fundação vai realizar nos próximos dias contratação emergencial através da análise de currículo. “O problema existe, temos conhecimento e estamos trabalhando para solucioná-lo”, completou o diretor da FMS.
Nos bastidores, Juninho da Padaria obteve a informação que a médica deixou de atuar no PSF Guanabara porque passou em concurso público em outra cidade. Na saída da unidade, o vereador conversou com a senhora Luzia Marques Pereira, 70 anos. “Quero dizer que os funcionários – atendentes e enfermeiras – nos tratam muito bem aqui. Mas, infelizmente, sem médicos não há como resolver o problema”, lamentou.