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Crise financeira coloca em risco o funcionamento do Bezerra de Menezes

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A Casa de Saúde Bezerra de Menezes, único hospital psiquiátrico a receber dependentes químicos agudos de 26 municípios da região de Rio Claro, corre risco real de fechar as portas devido às dificuldades financeiras que atravessa. O quadro crítico mobiliza a classe política. Na Câmara Municipal, as articulações que objetivam sensibilizar o governador do Estado, Geraldo Alckmin, são coordenadas pela vereadora Maria do Carmo Guilherme.

Procurada pela administração do Bezerra de Menezes, Maria do Carmo tomou ciência do quadro crítico. Em 2012, segundo a contadora do hospital Miriam Cristina Calixto Santos Rubin, o déficit foi de aproximadamente R$ 800 mil. O apoio da classe política se faz necessário por conta do risco do hospital fechar as portas. “Se esta situação não for revertida em até 60 dias já está definido que encerraremos as atividades”, explicou Miriam.

A Casa de Saúde Bezerra de Menezes, que tem Delton Hebling Junior como presidente e José Caetano Cibin, como vice, conta atualmente com 195 internos em suas instalações localizadas na Avenida 25, número 1.111, no Bairro do Estádio.

A administração da Casa de Saúde observa que o possível encerramento das atividades impossibilitará ao governo estadual que a utilize no programa recém-criado que trata das internações compulsórias.

Entre os números apresentados, a contadora externa que só a folha de pagamento dos 136 funcionários consome R$ 320 mil mensais contra os R$ 269 mil mensais enviados pelo SUS e os R$ 44 mil que governo paulista enviou ao todo em 2012.

Na tentativa de aumentar o repasse do SUS, o Bezerra de Menezes deixou de atender pacientes particulares. “Desta forma, pleiteamos um aumento de 20% no valor que hoje é repassado pelo SUS o que ainda não foi aprovado”, detalha a contadora. “A situação só não é mais crítica ainda por conta dos R$ 343 mil que a Prefeitura de Rio Claro repassou no ano passado, R$ 9 mil da Prefeitura de Santa Gertrudes, R$ 3 mil da Prefeitura de Analândia, R$ 85 mil da emenda parlamentar do deputado Aldo Demarchi e doações de alimentos, leite e medicamentos”, acrescenta Miriam Rubin.

Diante da situação, Maria do Carmo, com a ajuda da Procuradoria Jurídica da Câmara, prepara manifesto o qual será assinado por representantes das 26 cidades atendidas pelo Bezerra de Menezes na reunião marcada para o dia 4 de fevereiro. “Os membros do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo vão estar reunidos nesta data a partir das 10 horas nas dependências da Santa Casa de Misericórdia”, assinala a vereadora.

Este documento, assinado por 26 cidades, vai ser entregue em mãos ao governador Geraldo Alckmin bem como ao secretário estadual de Saúde, Giovani Guido Cerri. “Precisamos unir forças, somente assim o Bezerra de Menezes não fechará as portas”, aponta Maria do Carmo.

O governador e o secretário estadual de Saúde já receberam através do protocolo feito na Casa Civil pelo deputado Aldo Demarchi no último dia 20, relatório detalhado da crise enviado pelo comando do Bezerra de Menezes. Cópia deste documento foi entregue para a vereadora Maria do Carmo e ao prefeito Du Altimari.

De acordo com a vereadora, a discussão do assunto não se esgota com o governo paulista. A peemedebista busca apoio do deputado federal Ricardo Izar para que a crise do hospital seja levada ao conhecimento também do governo federal. “Se o repasse do SUS é apontado como insuficiente temos de buscar apoio para melhorá-lo”, frisa Maria do Carmo.

A vereadora busca, ainda, cópia do projeto de reestruturação da Casa de Saúde Bezerra de Menezes que se encontra na Diretoria Regional de Piracicaba. “É preciso saber o por que este assunto não avançou já que se trata de ferramenta importante para aquecer as fontes de arrecadação do hospital”, finaliza.