
Juninho da Padaria com o comerciante Marcos Roberto no Jardim Inocoop
O clima entre moradores e comerciantes do Jardim Inocoop é tenso a 52 dias do término do ano. O motivo da preocupação, mais uma vez, é a proximidade da temporada de chuvas já que a sonhada obra antienchente ainda não foi concluída pela prefeitura.
De acordo com o vereador Juninho da Padaria, do Democratas, no final do mês passado, em dia em que a chuva sequer foi intensa, ruas do bairro ficaram alagadas. “A promessa da administração municipal de que nunca mais iria ocorrer enchente no Inocoop na prática não está se confirmando. Tivemos problema no bairro no mês passado e em dezembro, início da época de chuvas, o quadro vai agravar-se com certeza”, lamenta o parlamentar.
O problema, explica Juninho da Padaria que esteve no bairro na última sexta-feira, está na implantação das galerias. Segundo ele, na Avenida Tancredo Neves, trecho entre as Ruas 3 e 4 do bairro, está centralizado o impasse. A tubulação neste trecho ainda não foi implantada e com isso a vazão da água, interligando os dois pontos, se faz através de uma tubulação precária. “É gritante a diferença de tamanho da galeria com a passagem improvisada para o escoamento da água. Com isso, em dias chuvas intensas, ocorre o chamado refluxo inundando toda esta região”, explica o democrata.
Para que seja feita a interligação das duas galerias, ou seja, trecho de aproximadamente 70 metros, a prefeitura, através da empresa contratada, precisa adotar medidas que possam garantir a segurança de todos os imóveis existente naquele local já que o solo não conta com a compactação necessária para evitar desmoronamentos.
“Estamos diante de uma situação perigosa. É preciso fazer um reforço em toda área de trabalho antes de iniciar a escavação. A empresa quer fazer o serviço com brocas. É um serviço mais caro, porém, mais seguro. Tenho a informação de que a prefeitura estuda implantar as bases de sustentação da avenida através de bate-estaca. Está errado. O solo pode ceder causando tragédia no bairro”, alerta o vereador.
Na avaliação de Juninho da Padaria, a prefeitura não deveria estar, neste momento, discutir a forma como o serviço será feito. “Está tudo atrasado, tudo errado. Agora, era para o serviço estar pronto ou em fase conclusiva. Com chuva, não se faz nada”, lamentar o vereador.
O comerciante do bairro Marcos Roberto defende a fala do parlamentar. “É arriscado mexer com este solo agora que começaram as chuvas. O melhor a fazer é esperar passar esta época. Não fizeram o serviço correto com o tempo seco, agora, não adianta querer acelerar de forma errada o trabalho que a erosão pode engolir casas e comércio”, afirma Roberto.
Juninho da Padaria lamenta o atraso nas obras e cita que a prefeitura por diversas vezes atrasou o pagamento à empresa responsável pelo serviço. “É lamentável. O que vejo aqui é um desrespeito com as pessoas que acreditaram no fim das inundações. A Câmara apoiou o empréstimo de R$ 19 milhões defendido pelo prefeito e agora quer a solução com urgência para o impasse”, salienta o parlamentar.
O comerciante Roberto comenta que recentemente, por conta do deslocamento do solo no local, um orelhão concretado no chão cedeu e teve que ser levado para outro local. “Antes de fazer a escavação para interligar as duas galerias, a prefeitura terá de garantir que nossas casas e comércio não vão trincar ou correr risco de desabar”, frisa o comerciante.
Para Juninho da Padaria, o transtorno tem como eixo principal a “incapacidade de gestão”. O democrata deixa um desafio para os representantes da administração municipal: “Daqui para frente no primeiro dia de chuva forte, que eles compareçam no Inocoop para averiguar se teremos ou não inundações. Não adiante palpitar do Paço Municipal. É preciso constatar o drama no local”, finaliza o parlamentar.
O empréstimo
No atual mandato, Governo Altimari contraiu o empréstimo, com aval da Câmara, de R$ 19 milhões por intermédio do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. As obras consistem na execução de drenagem e instalação de galerias pluviais e canalização do Córrego da Servidão.