José Carlos Cardoso e Juninho da Padaria ao lado do ônibus onde hoje é feita a coleta de sangue
Encerrada a maratona eleitoral, João Teixeira Junior, mais conhecido como Juninho da Padaria (DEM) dá sequência ao trabalho como parlamentar. A reativação do Hemocentro da Santa Casa de Misericórdia está entre os principais itens reivindicados pela comunidade ao democrata.
Com a suspensão das atividades no Hemocentro da Santa Casa, pessoas que residem em Rio Claro precisam se deslocar para Piracicaba para doar sangue. Diante das solicitações da comunidade e da realidade que é o fechamento do hemocentro, Juninho da Padaria esteve reunido com o provedor da Santa Casa, José Carlos Cardoso na manhã da última quinta-feira, dia 11.
Segundo Cardoso, o Hemocentro da Santa Casa de Rio Claro teve as suas atividades suspensas por determinação da Vigilância Sanitária de Piracicaba (regional) em agosto do ano passado. “Fomos rebaixados de hemocentro para agência transfusional”, lamenta o provedor.
Com o hemocentro, detalha Cardoso, a Santa Casa de Misericórdia realizava diariamente a coleta de sangue. Agora, como agência transfusional, o hospital está autorizado apenas a ter um estoque de sangue o qual é fornecido pela Unicamp.
“Esta alteração acarretou um grande prejuízo não apenas para Rio Claro. A coleta de sangue beneficiava toda a região, um total de 300 mil pessoas”, explica o provedor. “O hemocentro foi fechado porque a Vigilância Sanitária de Piracicaba alegou, em inspeção, que a Santa Casa não conta com espaço adequado para a realização do serviço. Afirmaram que o motivo era que o nosso hemocentro tem apenas uma porta para a entrada e saída das pessoas”, acrescentou Cardoso.
Atualmente, a coleta de sangue na Santa Casa de Rio Claro ocorre uma vez ao mês através de um ônibus da Unicamp que fica no pátio. Juninho da Padaria constatou na quinta-feira, dia 11, que o ônibus estava no local e por isso deslocou-se para o pátio para verificar as condições de atendimento aos doadores.
“É um absurdo. No interior da Santa Casa, o hemocentro foi reprovado em inspeção por contar apenas com uma porta para o deslocamento das pessoas. Agora, vejo aqui doadores a céu aberto, em dia de chuva, a espera de atendimento em um ônibus”, afirmou o democrata. “Não dá para comparar as dependências da Santa Casa com este ônibus que aliás aparenta ter muito tempo de uso”, pontuou o vereador.
Diante das pessoas que aguardavam pelo atendimento na pátio da Santa Casa, o provedor Cardoso resumiu a sua indignação com uma frase: “Não há nada consistente que justifique deixar estas pessoas aqui tomando chuva na cabeça ao invés de serem atendidas no Hemocentro dentro da Santa Casa”, disparou.
A pedido do Ministério Público, a Santa Casa contratou novo serviço de inspeção. O relatório final será enviado para a promotoria que acena com mecanismos jurídicos para reverter tal situação. “A inspeção já foi feita, agora, estamos aguardando o relatório final para enviá-lo ao Ministério Público”, aponta o provedor.
Cardoso explicou para Juninho da Padaria que há projeto pronto para a construção de um novo prédio para o Hemocentro da Santa Casa. Mas, para que a obra possa ser realizada aguarda garantia da Vigilância Sanitária de Piracicaba. “Se o nosso hemocentro for reativado, em dois anos entrego prédio novo pronto. Não posso fazer investimento deste porte no escuro”, salienta.
Juninho da Padaria questionou ainda Cardoso sobre o repasse mensal (subvenção) da Prefeitura Municipal de Rio Claro para a Santa Casa. “Continuamos sendo credores da prefeitura. Hoje, a administração municipal está pagando débitos conosco referente a 2011. Deste ano, recebemos somente duas parcelas. O valor total do débito é de aproximadamente R$ 3 milhões”, disse o provedor que aproveitou a visita do democrata para convidar a nova Câmara Municipal para visita coletiva. “Os vereadores precisam saber do papel da Santa Casa no sistema de saúde pública de Rio Claro bem como acompanhar as dificuldades que enfrentamos no dia a dia”, finalizou.
O democrata sinalizou que a saúde vai estar na sua pauta prioritária de trabalho. “Vamos acompanhar de perto os assuntos relacionados à Santa Casa. É aqui que desembocam todos os problemas impossíveis de ser resolvidos nos prontos socorros e demais unidades de saúde”, disse.
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