O presidente da Plastivida, Miguel Bahiense e o consultor jurídico da empresa, Jorge Luiz Batista Kaimonti Pinto realizaram palestras no salão nobre da Câmara Municipal de Piracicaba onde abordaram o tema: Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. O evento organizado pelo vereador piracicabano Capitão Gomes, na manhã de quinta-feira, contou com a presença do parlamentar Julinho Lopes da Câmara Municipal de Rio Claro.
De acordo com o Capitão Gomes, o objetivo do encontro foi a busca por alternativas para resolver o problema causado pela retirada das sacolas plásticas dos supermercados. “A maioria das pessoas não concorda com esta situação. Tal medida não está respaldada em nenhuma lei”, comentou o vereador de Piracicaba.
O consultor jurídico Jorge Luiz discursou no mesmo sentido que o Capitão Gomes: “Os supermercados dizem que não podem fornecer as sacolas plásticas, mas, não existe lei para amparar tal posicionamento. O preço das sacolas já está embutido nos valores cobrados pelos supermercados”, alerta.
Com a retirada das sacolas plásticas, observa o consultor, aumentou o volume de entrega de mercadorias. “A partir daí teve início o que chamamos de venda casada. Supermercados estabelecem valor mínimo de gasto para entregar a mercadoria ou vincula o serviço à aquisição de um cartão fidelidade. Isso é um erro”, explicou.
Outro problema, citado por Jorge Luiz, refere-se ao mercado de trabalho. Segundo ele, muitos garotos estão perdendo serviços já que atuavam no empacotamento de mercadorias. “A questão é ampla e complexa”, sinaliza o consultor.
Jorge Luiz encerrou a sua fala dizendo que o ganho ambiental, com a retirada das sacolas plásticas dos supermercados, é zero. “Agora, pessoas utilizam caixas de papelão, fornecidas pelos supermercados, para colocar o lixo para fora de suas casas. A partir daí, o vira-lata virou vira-caixa”, finalizou.
Miguel Bahiense fez alerta sobre a utilização de caixas de papelão. Ele salientou que estas caixas, os estabelecimentos comerciais recebem de indústrias e repassam aos comerciantes sem levar em conta o risco de contaminação. “Muitas deixas caixas transportaram raticidas, detergente, entre outros produtos que podem agravar a saúde de uma pessoa”, disparou. “Do ponto de vista sanitário, a sacola plástica é a mais viável”, acrescentou.
O presidente da Plastivida observou que a sacola plástica produzida dentro do padrão pesa 4,5 gramas enquanto a maioria das sacolas colocadas no mercado, neste ano, pesa 3,5 gramas ou menos. “Foi um erro dos empresários. Adotaram as sacolas mais finas para economizar na produção, mas, o consumidor ao constatar a fragilidade do plástico passou a utilizar de duas em duas sacolas. Esta duplicidade aumentou a quantidade de plástico no seu destino final – o aterro sanitário”, detalhou.
A Plastivida lançou selo com o slogan “Sacolas plásticas – ajudando você a levar a vida”. Cada sacola desta, afirma Miguel, tem capacidade de comportar até seis quilos de mercadorias. “Investe-se na qualidade para reduzir na quantidade de sacolas em circulação”, explicou Miguel.
Julinho Lopes manifestou preocupação com as informações obtidas, junto aos representantes da Plastivida, com relação as caixas de papelão fornecidas para os consumidores. “Saúde pública precisa ser tratada com seriedade. Se as caixas de papelão colocam as pessoas em risco é preciso avaliar, a curto prazo, qual caminho a ser adotado. Essas informações precisam ser divulgadas nos municípios com brevidade”, comentou o parlamentar.